O texto de hoje é de autoria desconhecida, e nos foi encaminhado pela Coordenadora da Creche Pio XII, Solaine Favarato Chibib. O seu conteúdo é tão impactante, que resolvemos compartilhar com os nossos Educadores e com as famílias dos nossos alunos, nesta coluna das quartas feiras.
Leiam a seguir:
“No dia 12 de maio de 2011, uma amiga do meu filho pulou do 8º andar do prédio onde morava na Rua Emiliano Perneta. Era uma adolescente. Tinha acabado de almoçar, estava com o uniforme do Colégio Bom Jesus, e a mochila nas costas, o que indicava que iria para o colégio à tarde, pois nas quartas e sextas eles têm aula o dia todo.
Foi um choque para todos os colegas! Aí vem a pergunta: “Por quê? Ela tinha apenas 15 anos! Que problemas uma menina de 15 anos pode ter?”
Fiz esta pergunta ao meu filho, e a resposta me deixou chocada… Ele me disse:- Mãe, eu acho que era falta de colo. Questionei:- “Como assim?”. E ele me disse: – “Hoje em dia, os pais trabalham praticamente o dia todo, sempre com a mesma desculpa de que querem dar aos filhos tudo aquilo que nunca tiveram e, na maioria das vezes, eles estão conseguindo. Eles estão dando um estudo no melhor colégio, cursos de idiomas, dinheiro para gastar no shopping, um computador de última geração pro filho ficar enfiado em casa durante o pouco tempo livre que sobra, roupas, tênis, celular, tudo muito caro, etc… E sempre cobrando da gente boas notas, pois estão investindo muito… Na maioria das vezes, os pais não têm mais tempo para os filhos, não conversam mais, não fazem um carinho…”
Ele fez uma pausa. Eu estava boquiaberta com o que ele acabara de falar-me e meus pensamentos foram a mil. Mal comecei uma frase – “Meu filho, você tem razão. É isso mesmo…” E ele me interrompeu, dizendo: – “Mãe, quando a gente chega em casa, o que mais a gente quer é o colo da mãe. Quando vai mal nas provas ou quando acontece alguma coisa ruim, a gente quer colo. Por que você acha que hoje tantos jovens são quase revoltados? Na maioria das vezes, eles estão querendo chamar a atenção, ser notados… Só que no lugar errado e de forma errada: na rua e com violência.”
Dei um grande abraço em meu filho, beijei-o com muito carinho, e lhe disse: “Meu filho, espero que a morte da Joana não tenha sido em vão, pois quem sabe desta forma muitos pais vão repensar suas atitudes para com seus filhos!
Ele olhou-me carinhosamente e concluiu, antes de sair para a escola: “Não somos máquinas, mãe. Não somos todos iguais. Não é porque o filho da vizinha tira só dez que todos nós vamos tirar 10. Talvez, nem todos nós queiramos falar inglês!”. Seus olhos cheios de lágrimas revelavam a dor que sentia pela morte da colega e, ao mesmo tempo, o quanto meu filho valorizava a nossa família.
Já fora de casa, ele voltou correndo e me deu um forte abraço e me disse: – “Mãe, obrigado por eu poder contar sempre com você nos maus momentos…E, obrigado, também, pelas broncas, pois sei que as mereço.”
Depois que ele virou a esquina, fechei suavemente a porta, pensativa e convencida de que o tempo e o amor são os melhores investimentos que podemos fazer pelos nossos filhos. O resto é consequência. Nada é mais importante que estes meios essenciais para a felicidade de nossos filhos. E, sem dúvida, só assim poderemos também ser felizes com a consciência tranquila de ter cumprido bem a nossa missão de pais.”